domingo, 19 de setembro de 2010

Some years ago.

Lembro bem, agora, de minha
infância. Quando sacudia-me a trepar entre
as folhas e flores no jardim.
Meus amores, todos tão perfeitos!
O dono da confeitaria a moldar um
belo sonho. Mamãe que esquentava a barriga
beira ao fogão. Meus olhos, entreabertos, com medo do escuro!
E, rapidamente, tudo esvai-se como areia entre meus dedos.
Não há como voltar, num filme onde a protagonista sou eu.
Meus momentos de criança!

domingo, 12 de setembro de 2010

A Ausência Desincorpora

A Ausência desincorpora - e assim faz a Morte
Escondendo os indivíduos da Terra
A Superstição ajuda, tal como o amor -
A Ternura diminui à medida que a experimentamos.
Emily Dickinson

sábado, 11 de setembro de 2010

Laranja (Tom meio Gadú)

Da janela..
Ombros postos ao encosto de madeira e
o olhar fitando o céu.

E nas mazelas,
suspira a menina em, seu pranto
Emudecido pela beleza do azul.
Até parecem algodão, mas
são apenas nuvens. Ou,
mesmo são algodão.

Cousa essa, sem necessidade de nome
Que dá ao pensador seus melhores acalantos...
Cura as chagas de um simples,
“complexo” coração.
Faz da menina e janela, foto
Para cartão postal.

E lá se vai o tempo, as nuvens
correm com o vento, e o “laranja”
faz ficar um pouco mais.

Ao som de esperanças fica a moça, um pouco mais.
O breu toma conta e, emudece duma beleza, a menina
Da janela.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

O Tic-tac das horas

E nessas horas em que o
tempo perdura em não passar,
Fecho meus olhos!
Vejo a escuridão,
ponteiros tortos no compasso do mesmo
Tic-tac.
O movimento pendular faz-me
adormecer com o doce gosto da calma.
Deixo-me serena a ponto de ter
os batimentos no mesmo tic-tac das horas.
Faço-me ponteiros tortos, passo pelo
tempo e deixo
passar!