sábado, 20 de novembro de 2010

O Vendedor de Sonhos

São Paulo, 3 de Novembro de 2009.

Vivemos em um hospício Global.
Este fato em nenhum momento deixa de ser verdade, e o Vendedor de Sonhos deixa transparecer-nos a realidade.
Prove-me que não é um hospício!?

O Vendedor de Sonhos é um livro que mostra todos os preconceitos de perto, as fraquezas e fortalezas do ser humano, seus vícios e suas virtudes. Lida diretamente com o egocentrismo e individualismo que habitam a psique humana.

Por que será que vivemos no conformismo assombroso e fétido!? Acreditamos nas crenças que nos são impostas, no divino intocável, sem ao menos criticar tamanha fé! Cremos também na boa vontade, nos risos falsos, na piada da existência...somos reais, afinal!?

Um homem que aparenta ser muito pobre, mal vestido, de poucos sonhos e sem moradia, vive com o objetivo de cultivar cada vez mais e mais sonhos. Mas na verdade, este homem não é pobre, pois sua riqueza está em seu espírito não no dinheiro que tem; suas vestes são a fé e o amor, não nenhuma roupa de grife; sua moradia é o MUNDO!

Qual é o motivo de vivermos alienados, de mentes fechadas?! Infelizmente não possuo tal resposta, nem ao menos sei como vim parar aqui, tampouco para onde vou. Sei (entrelinhas) que a culpa é do Sistema!

Um sistema que criou a moda do feio, a inteligência artificial, que oferece a doença para depois vender a cura, que enriquece o bolso de poucos e empobrece a maioria dos que lutam para o sustento familiar.

Somos alienados pois aceitamos padrões de beleza que o próprio sistema inventou. Somos alienados - ainda - pois aceitamos ficar em casa, frente à Tv, enquanto do outro lado da tela estão aqueles que nos roubam...aos pouquinhos. Primeiro se vai o nosso tempo, depois a vida e, por ultimo a ALMA! Entregamo-nos facilmente numa batalha que poucos enxergam: a vida!

A nossa doença é acreditar que os doentes são aqueles que sofrem fisicamente mas, acredito que o mal e a cura está na mente de cada um.

"Cada doença pertence a um doente. Cada doente tem uma mente. Cada mente é um Universo Infinito!"

A sociedade não pode ser silenciada. Os pensadores não podem ter suas ideias roubadas e caladas de forma insignificante. Aqueles que vendem sonhos não podem ser tarjados de loucos. Não posso ser chamada de feia porque sou 'gorda'. O que é gordo? E se uso óculos!?

Roupas de grife, carros importados, fortuna, intelectualidade, poder, beleza...Enfim, de que adianta ter riqueza material e ser pobre de espírito?
Com o dinheiro não se compra amor. Não se conquista o verdadeiro sorriso de uma criança, tampouco o amor de um filho.

Faço minhas as palavras do Vendedor de Sonhos, quando ele diz que não podemos colocar o mais importante de nossas vidas no rodapé de nossa história. Não podemos deixar o mais importante para trás!

(Denise)

sábado, 6 de novembro de 2010

Retrospectos

Pra lembrar dos nós e
De Nós que do avesso fomos
Refiz os passos da distância na Saudade.
Fervi o leite, a bocejar, pela manhã.
Passei o café e sentei-me ante ao balcão.
O gosto amargo me embevece a
menina dos olhos!

Sinto o peso de tais lembranças
à flor da pele...a doer os ossos.
Sobram-me os flashes das gotas no banho,
a àgua de cheiro, fios de cabelo e
o desgosto - que eu gosto - por aprender
um pouco, do MUITO que é Você!

Dobro os panos, lavo os copos e
guardo pela metade o leite - intacto.
E na rotina incansável de Retrospectos
me Deixo sã, a respirar.
Lembrando-me do Nós, refiz os passos da
distância na Saudade!

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Naquela Estação

Minha falta de
coragem
sobrepôs a vontade escondida.
(Naquela Estação)
Meu ego falava alto,
pausadamente. Procurava,
em meio aos desfarces, uma
saída para explicações.
E você veio, em passos
palavras com todo o cuidado.
Me deixe! Digo...
Perdia a razão ao perceber a
decepção, alheia, pela minhas contradições.
Impossível entender!
Me entender em circuntâncias vulneráveis,
onde o sexo é frágil às palavras e,
a música calma e lenta!

Impossível entender! Pelo menos por
agora que, não busquei recaídas e,
Calei-me o Ego!

sábado, 16 de outubro de 2010

Tecendo meus 'Ais'

De nada me valem as recaídas
naquilo que já se pôs à conta e,
foi pago pela vontade do Não Voltar Atrás!

E, me contradigo de imediato, por
deixar-me viver essas horar massantes,
de Gargalhadas presas, olhos fixos em pensamentos.

Irrefutável mágoa doce!
Daquelas que só conhece quem amou
uma vez, ou que, em algum momento da vida,
descobriu que a Terra do Nunca, nunca existiu.

Por hora, todo esse calor meio doloroso
no peito, some com uma bela Gargalhada.
Continuo a tecer meus "ais", escrevendo nas
entrelinhas do subentendido!

Carpe Diem.

sábado, 9 de outubro de 2010

Cazuza(mor)

Todo amor que houver nessa vida
darei-lhe sem pudor.
E, como sempre, não sei explicar a gostosa
sensação do sol, vazando pelas frestas e esquentando-nos
a pele
Numa manhã onde acordam as almas, cansadas,
da noite que não sessou.

O gosto do beijo, o desenho nas costas
e o calor desmedido explicando que, um mais um
continua sendo um só.

E talvez, nada mais gostoso que
ter a cabeça sobre teu ombro, tua
voz a me falar:
- Eu tenho a sorte de um amor tranquilo!

Digo 'talvez', por lembrar-me do
inferno e céu que faz teu amor
das minhas noites, sem pudor, artistas no nosso convívio.

Sem monotonia.

domingo, 19 de setembro de 2010

Some years ago.

Lembro bem, agora, de minha
infância. Quando sacudia-me a trepar entre
as folhas e flores no jardim.
Meus amores, todos tão perfeitos!
O dono da confeitaria a moldar um
belo sonho. Mamãe que esquentava a barriga
beira ao fogão. Meus olhos, entreabertos, com medo do escuro!
E, rapidamente, tudo esvai-se como areia entre meus dedos.
Não há como voltar, num filme onde a protagonista sou eu.
Meus momentos de criança!

domingo, 12 de setembro de 2010

A Ausência Desincorpora

A Ausência desincorpora - e assim faz a Morte
Escondendo os indivíduos da Terra
A Superstição ajuda, tal como o amor -
A Ternura diminui à medida que a experimentamos.
Emily Dickinson

sábado, 11 de setembro de 2010

Laranja (Tom meio Gadú)

Da janela..
Ombros postos ao encosto de madeira e
o olhar fitando o céu.

E nas mazelas,
suspira a menina em, seu pranto
Emudecido pela beleza do azul.
Até parecem algodão, mas
são apenas nuvens. Ou,
mesmo são algodão.

Cousa essa, sem necessidade de nome
Que dá ao pensador seus melhores acalantos...
Cura as chagas de um simples,
“complexo” coração.
Faz da menina e janela, foto
Para cartão postal.

E lá se vai o tempo, as nuvens
correm com o vento, e o “laranja”
faz ficar um pouco mais.

Ao som de esperanças fica a moça, um pouco mais.
O breu toma conta e, emudece duma beleza, a menina
Da janela.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

O Tic-tac das horas

E nessas horas em que o
tempo perdura em não passar,
Fecho meus olhos!
Vejo a escuridão,
ponteiros tortos no compasso do mesmo
Tic-tac.
O movimento pendular faz-me
adormecer com o doce gosto da calma.
Deixo-me serena a ponto de ter
os batimentos no mesmo tic-tac das horas.
Faço-me ponteiros tortos, passo pelo
tempo e deixo
passar!

sábado, 14 de agosto de 2010

que seja ALMA!

Falando das flores me lembrei que
Como uma rosa, posso ter os espinhos que vão te machucar.

Mesmo que a lágrima percorra tua face só por uma vez,
Eu vou te machucar!

E toda angústia causada, tão futilmente,
por nossas brigas, passará de gélida a hálito quente
como o suspirar de um bebê.
Você que não admite, eu que não aceito a omissão!

Meu devaneio faz-se de mim morada indeterminada.
Ao ver tantos livros, tantos poetas escrevendo um caso ao acaso,
lembrei que dói o meu peito por não ter aqui, e agora
aqueles que fizeram forte e ajudaram-me a escrever as melhores estrofes da minha história.
O fio da meada, o beat da beata, times and times.
Meus olhos que ardem afrontando o sono que pesa como o mundo em minhas costas.

O Achar demais, de coisas tão pequenas, engrandece aquilo que ora é o sopro nas narinas do homem, ora tão invisível e perceptível quanto o vento, que seja ALMA!

Falando das flores, senti Le Parfum
Da rosa que vestiu-se com o vermelho do teu sangue,
E mesmo que não sendo eu,

Te Machucou!

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Até o Acaso

Descobri que o Acaso
pode ser um ponto de encontro,
qualquer parte que me toca ou
o caminho que me leva
Até você!

Todas essas casualidades
tão silenciadas pela minha displicência
Traduzem o idioma do qual
poucas palavras aprendi.

Amor...

Batimentos já pela garganta,
o desequilíbrio que me toma e
a vontade de tornar o toque Real
Outra vez...

Meus movimentos perdem-se
por mera distração, no
Vão do tempo
Que já passou.
Se foi...
E agora?

Até o Acaso!

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Notícias Populares

Gostaria de entender
Por que tudo é assim.
Por que a vida tira um sarro,
Por que os olhos congelam ao ver
Notícias Populares.


Elas vivem conosco, normalmente,
estão lá enquanto tomamos café.
- O Velho jornal em cima da mesa!

Minha prece, já apressada
se acaba antes mesmo que eu a termine.
Interrompo meu pensamento para
socorrer, a pobre menina que grita
ao entrar na Igreja...Dizendo: - Mamãe,
Mamãe, o padre...padre...soluçava!


São essas que voam pelos ares,
"Notícias Populares".


Enquanto tudo se acada em "Arruda",
Já não há mais defesa que acuda.
Aquela gente nas calçadas frias, será que dormem?
Ou será que seu sono é pra
enganar a dor que, pouco a pouco,
Mata?!


Já é normal falar...
Que o bom mesmo é roubar.
Todos fazem isso conosco e,
sobra-nos, somente, o asco!

Olho o noticiário, na tela
Pessoas brigando, mães chorando
padres pregando e também ...hun...(entreaspas).

Mato-me por não querer crer,
que já passou a ser normal.
Normal...Norma...Não Mais!
Meus queridos irmãos, pensadores
idealizadores de uma nova sociedade,
de um novo aprendizado.

Loucos! Isso que são! Loucos!

Enquanto os normais, meros normais!
Transformam a Pobreza em Rotina!
Falam mal da Argentina,
Fazem de Santo o Papa...
e cada vez tomam mais tapas.
Falam mal do Zé do Caroço,
tentam se fazer de Bom Moço.
E com isso a prece fica mais rápida,
Padre, João, Zé, Por todos Nós, God, Maria, Papa!
Já não aguento essa ladaínha.

Desligo a TV, apago o Noticiário
Boa Noite!

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Uma Andorinha na Capa

Ah! Seria tudo tão melhor se tivesse
comigo, agora, algumas palavras da língua magiar.

Ter as expressões mais marcantes
daquelas faladas em Pest,
na casa 84.

Se as tivesse, húngaras, belas, brancas...
Poderia assim expressar meu
Amor por você.

Infelizmente o que me sobra
são alguns forintes que,
para utilidade nenhuma usarei.
Um maço de cigarros Feckse, com uma andorinha na foto.
Ela já está por se apagar!

Espero que não morra, mesmo que na caixa
Como deixei que morressem, lentamente, minhas esperanças.
Deixei-as em Budapeste e trouxe somente o sotaque!

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Cidade...

Olho a cidade à minha maneira,
Fones no ouvido, um pouco sorrateira.
A trilha sonora vai dando cor,
Percebo de tudo, mas sobressai a dor.


Aquela menina, mulata,
Entre o verde, o amarelo e vermelho.
Uma prata nas horas difíceis aplaca,
Revoltada, só restam os cacos do espelho.


Mãos trêmulas repentinamente,
O que acontece comigo?
Por hora deve de ser aquele garoto,
Que fez da escura escadaria seu abrigo!


Lucidez em meio ao caos não há,
Frieza, individualismo e mesquinhes
Pêndulos na garganta,
A sociedade não aprendeu amar!


O calor abrasa meus pensamentos,
Cerro os olhos para crer.
Esmola faz sobreviver?
Tento retrair o sofrimento.


Aquelas esquinas mais parecem uma Cruz,
Vejo o pai, o filho e um espírito que não é Santo!
Se Santo fosse,
Não haveriam tantas indagações!

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Ao Longo das Janelas Mortas

Ao longo das janelas mortas
Meu passo bate as calçadas.
Que estranho bate!... Será
Que a minha perna é de pau?
Ah, que esta vida é automática!
Estou exausto da gravitação dos astros!
Vou dar um tiro neste poema horrível!
Vou apitar chamando os guardas, os anjos, Nosso

[Senhor, as prostitutas, os mortos!
Venham ver a minha degradação,
A minha sede insaciável de não sei o quê,
As minhas rugas.
Tombai, estrelas de conta,
Lua falsa de papelão,
Manto bordado do céu!
Tombai, cobri com a santa inutilidade vossa
Esta carcaça miserável de sonho...

(Mário Quintana - 80 Anos de Poesia)

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Enfim, Vírgula e Tchau...

Desligo o telefone. São 18 horas.
Aperto stop, o tempo para.
Tento remover meus pensamentos, esvaziar a mente e não deixar sequer uma fresta.
Talvez a claridão cause dor.

Está escuro, trancado, vazio.
Pouco a pouco letras se destacam,
como querendo explicar minha dor,
reluzem embaralhadas.
Decifro meu anagrama: Desculpas.

Enfim, Vírgula e Tchau.

Aperto play para que a vida corra e minha sofreguidão suma.
Acabo com minha inércia moral.
Choro!

Tamanho é meu desengano que tento gritar mas não tenho voz.

Talvez pedir (ou dar) Desculpas não combine com minha personalidade, eu sei, mas é só!