Olho a cidade à minha maneira,
Fones no ouvido, um pouco sorrateira.
A trilha sonora vai dando cor,
Percebo de tudo, mas sobressai a dor.
Aquela menina, mulata,
Entre o verde, o amarelo e vermelho.
Uma prata nas horas difíceis aplaca,
Revoltada, só restam os cacos do espelho.
Mãos trêmulas repentinamente,
O que acontece comigo?
Por hora deve de ser aquele garoto,
Que fez da escura escadaria seu abrigo!
Lucidez em meio ao caos não há,
Frieza, individualismo e mesquinhes
Pêndulos na garganta,
A sociedade não aprendeu amar!
O calor abrasa meus pensamentos,
Cerro os olhos para crer.
Esmola faz sobreviver?
Tento retrair o sofrimento.
Aquelas esquinas mais parecem uma Cruz,
Vejo o pai, o filho e um espírito que não é Santo!
Se Santo fosse,
Não haveriam tantas indagações!
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
Ao Longo das Janelas Mortas
Ao longo das janelas mortas
Meu passo bate as calçadas.
Que estranho bate!... Será
Que a minha perna é de pau?
Ah, que esta vida é automática!
Estou exausto da gravitação dos astros!
Vou dar um tiro neste poema horrível!
Vou apitar chamando os guardas, os anjos, Nosso
A minha sede insaciável de não sei o quê,
As minhas rugas.
Tombai, estrelas de conta,
Lua falsa de papelão,
Manto bordado do céu!
Tombai, cobri com a santa inutilidade vossa
Esta carcaça miserável de sonho...
Meu passo bate as calçadas.
Que estranho bate!... Será
Que a minha perna é de pau?
Ah, que esta vida é automática!
Estou exausto da gravitação dos astros!
Vou dar um tiro neste poema horrível!
Vou apitar chamando os guardas, os anjos, Nosso
[Senhor, as prostitutas, os mortos!
Venham ver a minha degradação,A minha sede insaciável de não sei o quê,
As minhas rugas.
Tombai, estrelas de conta,
Lua falsa de papelão,
Manto bordado do céu!
Tombai, cobri com a santa inutilidade vossa
Esta carcaça miserável de sonho...
(Mário Quintana - 80 Anos de Poesia)
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
Enfim, Vírgula e Tchau...
Desligo o telefone. São 18 horas.
Aperto stop, o tempo para.
Tento remover meus pensamentos, esvaziar a mente e não deixar sequer uma fresta.
Talvez a claridão cause dor.
Está escuro, trancado, vazio.
Pouco a pouco letras se destacam,
como querendo explicar minha dor,
reluzem embaralhadas.
Decifro meu anagrama: Desculpas.
Enfim, Vírgula e Tchau.
Aperto play para que a vida corra e minha sofreguidão suma.
Acabo com minha inércia moral.
Choro!
Tamanho é meu desengano que tento gritar mas não tenho voz.
Talvez pedir (ou dar) Desculpas não combine com minha personalidade, eu sei, mas é só!
Aperto stop, o tempo para.
Tento remover meus pensamentos, esvaziar a mente e não deixar sequer uma fresta.
Talvez a claridão cause dor.
Está escuro, trancado, vazio.
Pouco a pouco letras se destacam,
como querendo explicar minha dor,
reluzem embaralhadas.
Decifro meu anagrama: Desculpas.
Enfim, Vírgula e Tchau.
Aperto play para que a vida corra e minha sofreguidão suma.
Acabo com minha inércia moral.
Choro!
Tamanho é meu desengano que tento gritar mas não tenho voz.
Talvez pedir (ou dar) Desculpas não combine com minha personalidade, eu sei, mas é só!
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